terça-feira, 30 de junho de 2015

"Cão Velho Entre Flores" num diálogo emprestado por Baptista-Bastos

Numa noite quente de verão chegámos ao final desta edição 2015 da comunidade de leitores da Biblioteca Municipal José Saramago, dedicada à literatura portuguesa contemporânea - "Este jeito de ser gente em Portugal".
Durante seis sessões reunimo-nos em serões bastante agradáveis. Falámos do 25 de Abril e "vivêmo-lo" na companhia de Lídia Jorge; falámos da descolonização e do retorno de muitos portugueses; falámos da emigração, no passado e no presente; do desemprego, também vivido pelo escritor Manuel Jorge Marmelo, como teve oportunidade de nos dizer pessoalmente; e de tantos outros assuntos que surgiram no decorrer das nossas conversas. Os olhares dos escritores foram muitas vezes os nossos. 
Neste espaço de "tertúlia literária" rimos, descobrimos que há alguns assuntos que ainda nos emocionam, outros que sabe bem revivê-los. É disto que é feita a literatura, de palavras, palavras que na boca do poeta "São como um cristal/as palavras/Algumas, um punhal/um incêndio/Outras/orvalho apenas/Secretas vêm, cheias de memória/Inseguras navegam/barcos ou beijos (...) (Eugénio de Andrade).
Nesta sessão os leitores tiveram gosto em "trajar" de laço. Baptista-Bastos usa sempre laço e como disse  em entrevista a Helena  Silva, "paginei o "Diário Popular" e a gravata, naquela tipografia tradicional, ficava sempre cheia de tinta. Passei a usar laço". O ato impunha-se, afinal íamos estar em diálogo com "Cão Velho Entre Flores", obra publicada em 1974 e que aborda um tempo - o tempo da Segunda Guerra Mundial - em Lisboa.
O Grupo Dramático e Recreativo Corações de Vale Figueira brindou-nos com uma leitura livre da obra e o diálogo fez-se ameno e consciente do que nós, portugueses, já vivemos neste nosso jeito.












Boas leituras e boas férias!

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