terça-feira, 31 de março de 2015

Terceira sessão - 9 de abril

"O Retorno" é o quarto livro de Dulce Maria Cardoso. Aborda o tema da descolonização portuguesa e dos "retornados", termo utilizado para designar os portugueses que, em 1975, após a independência das províncias ultramarinas, voltaram para o continente. 
A autora quis com este romance apresentar uma proposta de reflexão, sobre a perda e a identidade e ainda sobre o que terá sido o colonialismo. Este é pois, um romance marcado pelos dilemas existenciais e por reflexões em torno da perda do Império.
Regressaram, naquela altura, meio milhão de portugueses com outra cultura, outra forma de viver e outro jeito de ser gente em Portugal.
Este é certamente um tema que suscitará uma boa conversa.




sexta-feira, 27 de março de 2015

Biblioterapia, o poder da leitura

Imagine que o seu médico, em vez lhe pedir para aviar uma receita na farmácia, lhe prescreve uma ida à biblioteca… Pode soar estranho mas, por vezes, ler um livro pode ser a melhor terapia para o seu problema antes de recorrer aos medicamentos.

Continue a leitura

quarta-feira, 25 de março de 2015

Silêncio, morreu um poeta...Herberto Helder

Disco "entre nós e as palavras" de 1997 - poema "No sorriso louco das mães" de Herberto Helder. Música de Rodrigo Leão.

segunda-feira, 23 de março de 2015

Dia Mundial da poesia - 21 de março

Gosto de poesia. Ela dá as palavras ao meu pensamento. Quase sempre é assim. Os poetas são uns afortunados, uns sábios porque sabem escolher as palavras certas para construir um poema e elas têm saber, força e, por vezes, a magia de nos fazer bem. Elas podem tudo.
Para comemorar este dia, escolhi um poema de um poeta marroquino Tahar Ben Jelloun e que me parece de grande atualidade.
É assim:

Ele  abandonou a família
deixou crescer a barba
e encheu a sua solidão com pedras e sombra

Chegou ao deserto
a cabeça enrolada num sudário
o sangue derramado
em terra ocupada

E não era
nem herói nem mártir
era
cidadão do sofrimento.

[JELLOUN, Tahar Ben in Arzila: Estação de Espuma, 1987]

quinta-feira, 12 de março de 2015

Brevemente... 21 de Março: Dia Mundial da Poesia



A Natureza revolucionária da Felicidade

quem deixou sobre o coração
um feixe de luz
não cega nunca

[Valter Hugo Mãe]

[Contabilidade, Poesia 1996-2010, Alfaguara (2010)]
Para esse dia (e não só), alguns programas:

segunda-feira, 9 de março de 2015

Os cheiros das plantas silvestres na 2ª sessão da Comunidade de Leitores

Foram os cheiros das plantas silvestres, como a arruda, a alfazema, o alecrim, entre muitas mais, que receberam os leitores que vieram à 2ª sessão da Comunidade de Leitores. Plantas referidas por José Riço Direitinho, no seu livro "Breviário das Más Inclinações", e que serviam para fazer chás, tisanas e papas e emplastros, que curavam todos, ou quase todos os males, desde o mau-olhado à cura da infertilidade das mulheres.
Esta narrativa, que como muitos leitores referiram, é de leitura calma. guarda uma história que indiscutivelmente, nos submerge num jeito de ser gente em Portugal: ali estão as suas crenças, as suas superstições, os seus mitos, os rituais pagãos, as suas romarias carregadas de alegria e de esperança que santos milagreiros resolvam os nós e as pontas soltas da vida dura de uma comunidade rural.
Tudo se passa em Vilarinho dos Loios, aldeia em Trás-os-Montes, na zona raiana de onde vinha o descomunal lobo do Espadañedo, que para muitos era um temível lobisomem que descia da serra nas noites em que a lua estava de feição e matava sem dó nem piedade, homens e animais.
A ação decorre entre os anos 30/40 do século XX, num Portugal rural, pobre em que vida raiana era conturbada com a fuga dos espanhóis à Guerra Civil e no decorrer da 2ª Guerra Mundial.
Esta obra que, para muitos críticos literários, é uma abordagem da história de uma maneira diferente, obra-prima da ficção, recebeu a unanimidade dos leitores considerando-o um livro deslumbrante e que nos levou a abrir o nosso baú de memórias das várias vivências rurais, mesmo para quem não as teve diretamente as guarda como testemunhos verbais dos seus antepassados.
Connosco esteve o Teatr'Up da SFUP - Sociedade Filarmónica União Pinheirense, que numa leitura encenada  de grande qualidade  e criatividade, contou a história de uma maneira muito própria.
A noite decorreu com uma aprazível conversa até porque este livro é de todos nós, ou melhor dizendo, este livro somos nós, no nosso jeito de ser gente em Portugal.





sexta-feira, 6 de março de 2015

Teatr'Up - Grupo de Teatro da SFUP (Leitura encenada a partir da obra literária "Breviário das Más Inclinações"


História Trágico-Marítima


 «Caminharam assim durante um mês, com muitos trabalhos, com fomes, com sedes horríveis, porque não tiveram que comer por todo este tempo senão aquele arroz que do galeão escapara e umas poucas frutas que no mato acharam. Haveriam andado uma centena de léguas (que fariam umas trinta, não mais, ao longo da costa), e tinham já perdido umas dez pessoas, que se deitaram no chão por não poderem mais. Um filho bastardo de Manuel de Sousa, de dez ou doze anos, vinha muito fraco por causa

quinta-feira, 5 de março de 2015

Presente e Futuro: A Urgência da Literatura

Lançamento do Livro do 1º Encontro "Presente e Futuro: A Urgência da Literatura"

"...A literatura é algo que nos define como cidadãos reflexivos de uma cultura historicamente situada..." Vasco Graça Moura na crónica "A urgência da literatura" do Diário de Notícias

 

terça-feira, 3 de março de 2015

Dia 5 março - 21h00 - voltamos à conversa

"Breviário das Más Inclinações" de José Riço Direitinho é a obra literária escolhida para a segunda sessão da Comunidade de Leitores. Para esta sessão convidámos o Teatr'Up, Grupo de Teatro da SFUP - Sociedade Filarmónica União Pinheirense que irá apresentar uma leitura encenada de um excerto desta obra.
Este é um livro que fala da nossa  ruralidade e portugalidade, que fala do nosso jeito de ser gente em Portugal. É um relato de uma população do norte, nos anos 40, durante a segunda Guerra Mundial. "É um relato direto e rude, como a população local, cheira a terra e a bicho, trazendo à luz os costumes, os horrores e as fantasias de um lugarejo..." (AnaTettamanzi).
Estas são boas razões para vir à Biblioteca e passar um ótimo serão.