Chama-se
verosimilhança ao atributo daquilo que parece intuitivamente
verdadeiro. "Vero" significa verdadeiro; "simil",
semelhante; ou seja, o que é verosímil é semelhante ao que é
verdadeiro. No caso da obra literária, verosimilhança quer dizer
semelhante à realidade.
No
entanto, muitas obras de ficção apresentam realidades fantásticas,
irrealistas, afastadas da realidade conhecida e, ainda assim, não
suscitam rejeição, nem sentimentos de inverosimilhança. Porque o
referente do leitor deixou de ser a realidade que conhece do
dia-a-dia e passou a ser a realidade construída pela narrativa
apresentada.
Então,
verosimilhança, em sentido mais abrangente, não é a semelhança
dos elementos da obra com o mundo real, mas a credibilidade que esses
elementos suscitam em relação ao mundo de ficção apresentado.
Cada
obra de ficção possui uma lógica interna, que se torna o referente
do leitor. Harry Potter pode perfeitamente sobrevoar Londres numa
vassoura voadora; Hercule Poirot, de modo nenhum.
Para
alguns autores, o verosímil é ainda mais exigente do que o
verdadeiro, já que a verdade, às vezes, não é verosímil.