Carlos Rio Santos, leitor da Comunidade de Leitores das Bibliotecas Municipais de Loures sugere para leitura o último livro do escritor João Tordo e refere que o autor, em “A noite em que o verão acabou”, envereda pelo policial, género que não acha nada menor. E diz ele, “envolve-nos, ao longo de 667 páginas num thriller com o mistério e o suspense inerentes. E sai-se muito bem, pelo menos até à página 450 (onde vou). E agora, desculpem, mas há um assassino a descobrir”.
(excerto da obra)
"Era o princípio da tarde e as cigarras zumbiam na planície. A torre de água perfilava-se, velha e decrépita, contra um céu azul pontuado de nuvens brancas e cinzentas, nimbos de baixa altitude que obstruíam a linha do horizonte. No cimo da torre, junto das escadas, vi a figura de Laura, sentada de costas para mim. Abraçava os joelhos e olhava para o céu ameaçador, anunciando o princípio de um doloroso Outono e de um Inverno ainda mais duro. Lembrei-me das estrelas-cadentes, dos fragmentos de meteoritos que pegavam fogo. Imaginei que, no alto da torre, conversaríamos sobre os últimos acontecimentos, sobre o sofrimento que isso lhe provocava e como, juntos, podíamos enfrentar o que aí vinha. Juntos, seriamos capazes de enfrentar o que aí vinha. Juntos, seriamos capazes de enfrentar a pior das tempestades."
(TORDO, João in “A noite em que o verão acabou”, p. 406)
Foto: Carlos Rio Santos
Sem comentários:
Enviar um comentário