A edição 2017/2018 da Comunidade de Leitores das Bibliotecas Municipais de Loures chegou ao fim com Svetlana Alexievich, e a sua obra literária “A guerra não tem rosto de mulher”. Trata-se de um livro com uma narrativa perturbadora das mulheres soviéticas que lutaram durante a 2ª Guerra Mundial. A autora dá voz a duzentas mulheres, personagens reais e com diferentes funções na guerra, desde enfermeiras a médicas, mas também atiradoras, artilheiras, comandantes, condutoras de tanques, sapadoras e outras. Estas e muitas mais, dado que o número de mulheres combatentes no Exército Vermelho chegou quase a um milhão.
Diz na sinopse deste livro que o seu relato não é uma história de guerra, nem de combate, é uma história de mulheres e homens catapultados "da sua vida simples para aprofundeza épica de um enorme acontecimento". Em que pensavam? De que tinham medo? Como foi aprender a matar? É sobre isto que estas mulheres falam, mostrando uma faceta co conflito sobre a qual não se escreve. Descrevem a sujidade e o frio, a fome e a violência sexual, a angústia e a sombra permanente da morte.
Esta noite, a Comunidade de Leitores pertenceu às mulheres e fomos nós, que de algum modo, nos transfigurámos nas mulheres russas que passaram pela guerra. As leituras pertenceram-nos, fomos Nina Vladímorvna, Olga Vassílievna, Anastassia Petrovna, Stanislava Petrovna, Anna Nikoláevna e tantas outras mulheres e as nossas vozes foram de homenagem a elas.
Os homens participaram da análise do livro e todos conversámos acerca deste livro. Apesar da dureza da narrativa, os que a leram, confessaram que é um grande livro. Ana Ribeiro afirmou que este foi o livro de que mais gostou nesta edição da comunidade de leitores. Cristina Costa comoveu-se com a leitura que fez, um livro onde se sentem os silêncios destas mulheres, disse ela. Cristina Monteiro referiu que é uma realidade com literatura dentro, em suma, é um livro para se ler, ler devagar, não é um livro para ser ler "à bruta" como aconteceu com Carlos Santos, pelo tempo disponível para a sua leitura.
Ler, mas ler devagar é o conselho ue poderemos dar, porque as palavras são intensas e duras, mas não podemos deixar de ler. Asseguro-vos que paramos de ler, mas voltamos sempre a ele.
A guerra, afinal, tinha rostos de mulheres!
O momento exigia uma bebida forte e foi isso que aconteceu. No final, bebemos vodka, pois claro, e a acompanhar uns bolinhos da gastronomia russa.
Boas leituras! Adeus, até à próxima!
nota: Sessão realizada no Centro Comunitário de Santo António dos Cavaleiros.
nota: Sessão realizada no Centro Comunitário de Santo António dos Cavaleiros.
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