quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Bibliotecas

As bibliotecas deviam ser declaradas da família dos aeroportos, porque são lugares de partir e de chegar.
   Os livros são parentes directos dos aviões, dos tapetes-voadores ou dos pássaros. Os livros são da família das nuvens e, como elas, sabem tornar-se invisíveis enquanto pairam, como se entrassem dentro do próprio ar, a ver o que existe para depois do que não se vê. 
   O leitor entra com o livro para o depois do que não se vê. O leitor muda para o outro lado do mundo ou para outro mundo, do avesso da realidade até ao avesso do tempo... Continuar a ler

[Valter Hugo Mãe, in "Contos de cães e maus lobos]  

1 comentário:

  1. Belíssimo texto de Valter Hugo Mãe. De facto as Bibliotecas são mundos. Adorei. Obrigada Ana pela partilha.

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