Os leitores ocuparam os seus
lugares no comboio que seguia para França. Ouvimos vozes. Eram os outros
viajantes que seguiam connosco (atrizes do GATAM da SRManjoeira). Estávamos nos
anos 60/70 do século passado. Nessa altura partiram de Portugal cerca de um
milhão e meio de pessoas, dos quais um milhão foi para França à procura de uma vida melhor. Fugiam por razões
económicas mas não só, também fugiam da Guerra Colonial, por a considerarem
injusta.
Esta é a temática central do Livro de José Luis Peixoto que nos dá um retrato bastante realista daqueles anos. As palavras do escritor levam-nos efetivamente a ocupar o lugar numa das camionetas e/ou comboios que os levavam a “salto” ou, como se dizia naquele tempo com “passaporte de coelho”.
Esta é a temática central do Livro de José Luis Peixoto que nos dá um retrato bastante realista daqueles anos. As palavras do escritor levam-nos efetivamente a ocupar o lugar numa das camionetas e/ou comboios que os levavam a “salto” ou, como se dizia naquele tempo com “passaporte de coelho”.
Esta obra literária estabelece
também um paralelismo entre as condições de vida miseráveis vividas nas aldeias
e vilas de Portugal, sobretudo as do interior, e as condições de vida em França,
como por exemplo, no Bidonville de Saint-Denis, um dos bairros de barracas para
onde iam viver os portugueses.
Constitui também um retrato fiel
da vida de muitos portugueses num Portugal subjugado pela ditadura salazarista.
Estes assuntos ocuparam o serão
num debate rico, explorando os personagens também eles ricos e bastante
elaborados, como Ilídio, Adelaide, Josué, Constantino e tantos outros que são
bem representativos deste jeito de ser gente em Portugal.
Houve quase unanimidade em
considerar o Livro como uma obra
literária de grande valor, pese embora, a segunda parte do livro não tenha sido
do agrado da maioria dos leitores que a consideraram quase dispensável no
romance.
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