quinta-feira, 23 de abril de 2015

Livros únicos da "extraordinária biblioteca" de Pina Martins



Esta exposição da curiosa coleção do bibliófilo português José de Pina Martins, que ao longo da sua vida formou uma das mais valiosas bibliotecas particulares especializadas de que há notícia, estará patente até 24 de maio de 2015, na galeria de exposições temporárias do Museu Gulbenkian.

A coleção reúne mais de 1.000 exemplares, entre eles um livro único no mundo, do poeta espanhol Garcilaso de la Vega (1501-1536), editado em 1587, em Lisboa (na imagem).

O centro da exposição tenta recriar a "geografia imaginária" concebida por Pina Martins:
«Como se arrumam os livros? Como ordená-los de maneira a 
encontrar sem esforço o que se procura? Para a Biblioteca de Estudos Humanísticos, José V. de Pina Martins criou uma geografia, ancorada nos lugares de origem dos autores e das obras que colecionava. A sua biblioteca oferecia assim uma imagem ao mesmo tempo mental e espacial da Europa do Renascimento, que se refletia no modo de arrumação dos livros.

As estantes reservadas aos pensadores do Humanismo do Sul estavam postas em frente daquelas que abrigavam os textos escritos pelos escritores do Humanismo do Norte. Ao centro de cada um destes conjuntos viam-se os retratos a óleo de duas figuras tutelares: do Sul, Pico della Mirandola parecia olhar a figura de Thomas More, humanista do Norte, representado numa cópia do retrato pintado por Holbein. O critério geográfico estendia-se às prateleiras ordenadas por países – Portugal, Espanha, Itália, França, Inglaterra e “Resto da Europa”. No seio destas categorias, a mesma lógica permitia criar conjuntos, definidos de acordo com os locais de impressão das obras, que conviviam com outros grupos, organizados em torno de autores e de impressores mais representativos: Dante, as edições Aldinas, as traduções da Utopia de Thomas More, os “Erasmos”, etc.»


Cada obra está acompanhada por comentários do próprio Pina Martins, que conta como a adquiriu e o que lhe interessou nela.




A coleção de Pina Martins foi vendida pela família, após a sua morte, ao Banco Espírito Santo, e pertence atualmente ao Novo Banco.

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